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Universidades chinesas regulamentam a utilização da IA na escrita de trabalhos acadêmicos

22 de julho de 2024

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Universidades chinesas regulamentam a utilização da IA na escrita de trabalhos acadêmicos

Diversas universidades chinesas vêm regulamentando a utilização de inteligência artificial (IA) generativa na redação de trabalhos acadêmicos, mesmo com as controvérsias em relação à integridade da pesquisa e questões referentes à autoria. De acordo com uma reportagem do portal China Daily, as instituições vêm publicando guias orientativos com instruções sobre a forma como os estudantes devem utilizar a IA generativa para a escrita acadêmica, bem como a proporção de texto gerado por IA permitida em cada trabalho.

De acordo com uma pesquisa realizada em 2023 pelo China Youth Daily, mais de 80% dos estudantes utilizam ferramentas de IA para os seus trabalhos. Desde o ano de 2013, o país já sujeitava ao cancelamento de diploma indivíduos que cometessem plágio, falsificação de dados, entre outros tipos de má conduta acadêmica. Em 26 de abril de 2024, os legisladores chineses votaram pela adoção da chamada “Lei dos Diplomas Acadêmicos”, que entrará em vigor a 1 de janeiro de 2025. Inicialmente, o texto da lei mencionava a proibição de trabalhos acadêmicos escritos com assistência de uma IA-ghostwriterting (IA escritora fantasma). Entretanto, a versão da lei como publicada excluiu referências sobre IA, mas manteve a proibição de teses escritas por ghostwriters (escritores fantasmas).

Nesse sentido, algumas universidades chinesas passaram a emitir guias orientativos sobre o uso da tecnologia no âmbito dos trabalhos acadêmicos. As instituições estipulam padrões para o uso e determinam os limites para a prática, além de divulgar os métodos que serão usados para a detecção do conteúdo gerado por IA (AIGC) nos trabalhos. Com essa abordagem, a matéria sinaliza que a crença é de que o uso razoável e criativo da IA pode melhorar os projetos de pesquisa e a redação de artigos, embora mantendo o princípio de que o argumento geral de uma tese deve ser o resultado da pesquisa independente do aluno.

Por exemplo, a Universidade de Comunicação da China emitiu um aviso sobre a regulamentação do uso de IA em trabalhos de graduação, seguido de regulamentações detalhadas de vários de seus departamentos. Por exemplo, uma das escolas da Universidade exige que os alunos divulguem claramente se usaram IA generativa, incluindo detalhes como o nome do modelo, software ou ferramenta, a versão e o tempo de uso. Além disso, eles devem especificar o processo de geração de conteúdo relacionado a fatos e opiniões e fornecer citações adequadas na tese para garantir a precisão e o respeito aos direitos de PI de outros autores.

Ainda, de acordo com a matéria, a Universidade de Fuzhou, na província de Fujian, informou aos estudantes de que iria testar as versões preliminares e finais dos seus trabalhos de fim de curso utilizando uma plataforma externa. A universidade afirmou que as novas regras visam reforçar a integridade acadêmica, promover um “bom ecossistema acadêmico” e normalizar a utilização científica e razoável da tecnologia de IA. Do mesmo modo, a diretriz passada aos estudantes pela Universidade de Ciência e Tecnologia de Tianjin estabeleceu regras mais específicas, afirmando que, se a proporção de texto gerado por IA na tese acadêmica for superior a 40%, a Universidade emitirá um aviso ao discente. “Depois de receber o aviso, o estudante deve fazer revisões sérias antes de a universidade efetuar outra inspeção através dos canais de deteção AIGC relevantes”.

A notícia original pode ser acessada através do link: Universities regulate use of AI in writing

A Lei dos Diplomas Acadêmicos pode ser acessada aqui: https://www.chinalawtranslate.com/en/degrees-law/

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