03 de outubro de 2024
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Nova edição do Índice Global de Inovação da OMPI mostra indicadores do Brasil em 2024
No dia 26 de setembro, a Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI) lançou seu Índice Global de Inovação 2024 (GII 2024), relatório que analisa e classifica 133 economias mundiais de acordo com suas capacidades de inovação, um dos principais indicadores sobre o ecossistema de inovação no mundo. Assim, o documento mede a inovação com base em cerca de 80 indicadores e critérios que incluem: instituições, capital humano e pesquisa, infraestrutura, crédito, investimento, vínculos; criação, absorção e difusão de conhecimento; e resultados criativos. Na edição mais recente, o Brasil figura na 50ª posição global, caindo uma posição com relação ao ano anterior, mas ainda liderando o ranking entre as 20 economias da América Latina e do Caribe. Além disso, o Brasil também figura em 6º lugar entre as 34 economias de renda média-alta, grupo ao qual pertence.
Primeiro, o relatório faz um balanço geral da análise de desempenho do Brasil no GII 2024 e revela uma posição intermediária do país no ranking global. Entre os anos de 2020 e 2024, o Brasil apresentou oscilações no índice, com uma margem que varia entre o 47º e o 52º lugar em 2024. Ao longo desse período, o país demonstrou um desempenho superior nos insumos de inovação (inputs), que englobam fatores como financiamento à inovação, políticas públicas, infraestrutura, educação e capital humano, que em relação aos resultados de inovação (outputs), que medem a efetividade desses insumos na geração de produtos e serviços inovadores. Em 2024, o Brasil ocupa a 58ª posição em insumos de inovação, demonstrando uma melhoria em relação ao ano anterior. Já em termos de resultados de inovação, o Brasil mantém-se na 49ª posição, a mesma alcançada em 2023.
Em seguida, de acordo com o “Rastreador de inovação global 2024”, componente do relatório da OMPI que mostra a evolução dos indicadores de curto prazo, em 2024, o Brasil apresentou avanços em sete indicadores, enquanto seis apresentaram retrocessos. Dentre os indicadores que melhoraram, estão aqueles ligados à adoção de novas tecnologias e à ampliação de sua aplicação prática, por exemplo, no campo do saneamento básico. Contudo, pode-se notar a piora de outros indicadores, como os relacionados ao investimento em ciência e inovação (aqui, indica, por exemplo, a diminuição no número de depósito internacional de patentes e no número de publicações científicas).
Ainda, o Índice Global de Inovação explora outras informações importantes sobre o ecossistema de inovação no Brasil. Nesse ponto, observa primeiro a relação entre os níveis de renda (PIB per capita) e o desempenho da inovação (pontuação GII) e indica que, em relação ao PIB, o Brasil está apresentando um desempenho acima das expectativas para seu nível de desenvolvimento. Também, o GII analisa a relação entre os insumos da inovação e os resultados da inovação, indicando que o Brasil produz mais produtos de inovação em relação ao seu nível de investimentos em inovação.
O relatório também ranqueia os melhores desempenhos em inovação no Brasil. Segundo o índice, os maiores investidores corporativos globais em P&D do Brasil são, respectivamente, a Empresa Brasileira de Aeronaves (Embraer), a empresa de tecnologia Totvs e a fabricante de equipamentos elétricos WEG. Ainda, de acordo com o documento, as marcas brasileiras com maior valor de marca global são, respectivamente, os bancos Itaú, Branco do Brasil e Bradesco. Vale ressaltar também a classificação de marcas brasileiras que mais utilizaram ativos intangíveis no Brasil, e aqui, se destacam a mineradora multinacional Vale; a plataforma bancária Nu Holdings; e a Petrobras. Por fim, o GII 2024 enumera as maiores empresas unicórnio (startups de tecnologia que atingem um valor de mercado superior a US$ 1 bilhão antes de abrir o seu capital na bolsa de valores) do Brasil, lideradas pela plataforma de moradia QuintoAndar, seguida pelos serviços financeiros C6 BANK e Creditas.
Finalmente, o relatório indica que o Brasil possui 1 cluster, ou seja, locais que possuem uma posição de liderança global em atividades de ciência e tecnologia através do depósito de patentes e da publicação de artigos científicos, dentre os 100 principais do Global Innovation Index. Nesse ponto, o estado de São Paulo ficou em 73º lugar dentre os maiores centros de C&T mundiais em 2024.
O relatório da OMPI pode ser acessado através do link: Brazil ranking in the Global Innovation Index 2024