22 de julho de 2025
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INPI lança estudo sobre investimentos em intangíveis no Brasil e destaca potencial estratégico para a economia nacional
No dia 9 de julho de 2025, o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) publicou o estudo “O Brasil no Cenário Global de Investimentos em Intangíveis”, que complementa o relatório World Intangible Investment Highlights (WIIH) 2025, divulgado na mesma data pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI). O estudo tem como objetivo analisar a posição do Brasil no contexto global dos investimentos em ativos intangíveis, detalhando e realçando os dados nacionais na área, além de destacar a crescente relevância desses ativos para a economia brasileira.
Inicialmente, o documento revela que, entre 2010 e 2021, os investimentos em ativos intangíveis no Brasil cresceram 2% ao ano, enquanto os investimentos em ativos tangíveis tiveram um recuo de 0,8%. Entre 2020 e 2021, observou-se uma aceleração, na qual os investimentos intangíveis cresceram 14% e os tangíveis 8%. Como resultado, em 2021, os investimentos em ativos intangíveis passaram a representar 47% do investimento total da economia brasileira.
Em seguida, o relatório evidenciou que os ativos intangíveis têm sustentado o investimento total da economia. Por exemplo, entre 2020 e 2024, o investimento total no país cresceu 12%, e apesar de os ativos tangíveis apresentarem crescimento marginal, os intangíveis tiveram um aumento de 23%, o que contribuiu para reduzir o déficit de investimento mais grave e impulsionado ganhos de produtividade.
O estudo também indica que a intensidade de investimentos em ativos intangíveis no Brasil é similar a 8,5% do Produto Interno Bruto (PIB), proporção superior a países como Espanha e Polônia, e superior a setores econômicos tradicionais como agropecuária (7,7%) e indústria extrativa mineral (5,5%). Ademais, em termos absolutos, o investimento em intangíveis no Brasil atingiu US$ 244 bilhões em 2021, superando os valores de economias como Espanha, Holanda e Suécia.
Entre as categorias de ativos intangíveis, o documento aponta que as marcas representam cerca de 25% do investimento em intangível total do Brasil, percentual significativamente superior à média global de 15%. Esse destaque revela a ênfase nacional em branding e reputação como componentes estratégicos do valor empresarial. Contudo, parte relevante dos ativos intangíveis ainda não é reconhecida como investimento. Segundo a metodologia oficial do Sistema de Contas Nacionais, estima-se que entre 65% e 70% do investimento intangível brasileiro não seja capturado pelas estatísticas oficiais.
Nesse universo de ativos intangíveis “invisíveis” ao PIB, o estudo destacou o desenho industrial, que ocupa a terceira posição, com 21,4%, ficando atrás apenas do capital organizacional (39,8%) e das marcas (38%). Isso demonstra que o desenho industrial representa uma parcela significativa daquilo que ainda não é incorporado formalmente às estatísticas econômicas brasileiras, apesar de seu papel expressivo na diferenciação e inovação dos produtos.
Por fim, o relatório aponta que a valorização da propriedade intelectual é fundamental para ampliar o investimento em ativos intangíveis e aproximar o Brasil dos padrões das economias mais avançadas. Isso requer esforço institucional, disseminação de evidências e fortalecimento dos mecanismos de valoração.
O estudo pode ser acessado através do link: O Brasil no cenário global de investimentos intangíveis